quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

 Escolha escrever

"É difícil". "Eu não sei". "Não tenho o dom". "Nunca fui bom pra isso". Essas são algumas crenças limitantes que afastam as pessoas desta prática comunicativa tão necessária: a escrita.

Quando criança, eu tinha coleções de livros de histórias infantis: Chapéuzinho Vermelho, Cinderela, Robinson Crusoé, O Barba Azul. Eu lia e relia essas narrativas encantada, porém nunca pensei ou fui incentivada a escrever as minhas próprias histórias. E hoje me pergunto: "Por que não?"

Todos dizem o quanto é importante despertar o hábito da leitura, mas e quanto ao hábito da escrita? Claro que não me refiro à prática artificial que faz com que o estudante abomine a produção de texto na escola, mas ao contexto real de circulação dos mais diversos gêneros textuais.

Quantas vezes, andando pela sala de aula, via alunos escondendo despistadamente o poema ou o conto que acabara de escrever, o desenho que julgava não ter valor acadêmico, entre outros gêneros não solicitados no momento da aula. 

Esses estudantes escreviam textos e textos, os quais, em sua maioria, seriam avaliados, porém não conseguiam ver a finalidade de tais produções. Afinal, o texto concreto é construído por um emissor que tem uma intencionalidade comunicativa, pois é feito para um receptor. 

Hoje me pergunto se esses alunos desenvolveram ainda mais a habilidade da escrita/desenho, se continuaram a construir textos autorais ou se simplesmente pararam por não serem estimulados suficientemente para tal. 

Penso que é fundamental, desde cedo, estimular a escrita/produção artística considerando o seu uso efetivo. Desse modo, a agenda, o diário (hoje blogs), as mensagens eletrônicas, as postagens em redes sociais são exemplos de recursos que devem ser utilizados para abrigar os textos produzidos pelo aluno. Para isso, cabe à escola estimular produções textuais de natureza sociocomunicativa.

Ao escrever porque realmente tem-se uma intenção; ativa-se a criatividade, organiza-se os pensamentos, expressa-se as emoções e aprende-se a produzir texto da forma mais simples: escrevendo.

Então, te desafio hoje a "escolher escrever". Não espere que uma luz venha sobre sua cabeça e diga que você está preparado para escrever. Certamente isso não vai acontecer, pois, como toda atividade que existe, você precisa separar tempo e se dedicar.

Bora começar!?


Luciana Almeida 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

O trauma da redação acabou?

Já parou para pensar que após 12 anos na educação básica, a maior parte dos estudantes saem da escola sem saber produzir uma redação? E eu sei disso, pois vejo vários cursinhos crescendo e lucrando alto em decorrência dessa lamentável falha educacional.

Então chega a tão temida redação do Enem e você se pergunta: "Mas, será que após passar vários meses me preparando, agora vou ter um resultado positivo?"

A minha resposta é "depende do que você considera resultado positivo". Seria apenas a aprovação em uma faculdade renomada?

O ato da escrita parece apenas abrir portas para uma universidade. No entanto, esta ferramenta, por que não política, irá inseri-lo no mundo crítico, no qual os processos diversificados de leitura e escrita te conduzirão a uma maior participação social. Ação essa negada para a maior parte da população brasileira que ainda não consegue transitar entre os diferentes meios da produção textual.

Portanto não atrele a sua nota na redação à sua capacidade de ler e escrever textos ricos e produtivos. Entenda que há um processo em curso, visto que se agora você aprendeu mais do que nos longos anos de escolarização, não pare. Este é só o começo!

Bons estudos!
Luciana